sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Co-dependência

Co-dependência: esforço insano, fadado ao insucesso
A questão da co-dependência pertence à área da Saúde Mental, que passou a se ocupar da mesma, em nível mundial, a partir de 30 anos atrás. No Brasil, os estudos a respeito tiveram início na década de 90. No 5o Congresso Nacional de Amor Exigente em Goiânia (GO), tivemos um painel específico a respeito deste tema, quando, a partir de experiência dos líderes de AE e seus grupos de atuação, constataram-se os seguintes sucessos: 1 – embora seja um assunto novo, está havendo uma conscientização dos coordenadores e membros dos grupos de serem co-dependentes; 2 – quebrando o mecanismo de negação, começam a trabalhar a aceitação de o serem e iniciam a recuperação; 3 – quando isso acontece, o relacionamento do coordenador com o grupo e entre os membros melhora;4 – que já há grupos realizando reuniões quinzenais, para estudar a co-dependência, assim como cursos para coordenadores. A psicóloga Rosinez Aparecida Lourenço participou do Congresso de Amor Exigente e apresentou palestra sobre “Como superar a co-dependência”. Ela acredita que teoricamente, o caminho para se aumentar o conhecimento sobre co-dependência seria através de um estudo da literatura que se tem disponível, pertinente ao tratamento da doença dependência química e aos grupos de auto-ajuda, mesmo que a literatura psicológica tradicional tenha poucas referências ao termo co-dependência. Ela explica que o co-dependente, como qualquer outro indivíduo que apresenta e viva um comportamento disfuncional, não tem consciência de sua co-dependência e, quando se sinaliza esta disfuncionalidade, ele resiste em aceitar e defender-se. Para ajudá-lo, podemos tentar fazê-lo conscientizar-se de seus atos e perceber que é impossível viver controlando o outro, que isto o desgasta física, psicológica e espiritualmente, e é um esforço insano, fadado ao insucesso.É preciso que o co-dependente aceite a realidade de sua vida, encare a verdade dos fatos vividos, se disponha a trabalhar os seus ressentimentos, seus medos, sua baixa-estima e a mudar seu estilo de vida e que não mais canalize suas energias para manter o controle do outro e da situação. O co-dependente tem que ser orientado a perceber que tanto ele quanto a pessoa que tenta controlar estão vivendo uma relação neurótica de ganhos e perdas, com muito mais perdas do que ganhos. A psicóloga acredita que até certo ponto seria difícil um co-dependente coordenar um grupo de outros co-dependentes, sem antes ter elaborado sua própria vivência disfuncional, sem ter trabalhado sua verdade, sua realidade, seus limites. Com certeza, os ajudaríamos, se antes lhe oferecermos ajuda, para, primeiro, o co-dependente cuidar de si e, depois, ajudar o outro. Com relação a dificuldade de fazer a leitura história da vida de quem procura ajuda nos grupos de AE, a psicóloga diz que a leitura histórica da vida de uma pessoa poderá ser feita desde que se crie um “ambiente facilitador” para que esta se coloque. É muito importante saber ouvir o discurso de quem nos procura para ajuda. A princípio, não se deve fazer interpretações precipitadas, projeções pessoais, deve-se apenas ouvir o desabafo. Ao ouvir, podemos fazer uma leitura de suas defesas e desejos, conscientes, inconscientes, para depois, no momento oportuno, sinalizá-las para que a pessoa possa fazer suas elaborações.

4 comentários:

Daniely disse...

Interessante o artigo...não sabia que existiam estudos sobre, só conheço o conceito que ele diz por experiência mesmo, afinal...quem de nós nunca foi um "co-dependente"?
abraço!

M. disse...

Hahahahaha!

Certezas são válidas quanto aos embaraços de rejeição: são factos que desencadeiam distúrbios, os quais tendem à tomada por complexos decorrentes da abstinência total, na maioria da vezes, ou semi-plena. A priori, não há soluções, ou melhor, raramente o ser atingirá um patamar de consciência sobre sua atuação ora terrível, ora inexistente. Deveras é algo comummente; e muito já fora escrito sobre a genealogia desse processo que é visível em estudantes de Direito e Medicina, pois estes claramente transbordam o sentimento da busca por um curso de provável arrogar de pujança; contudo, as frustrações não cessam por aí devido ao fator psicológico da doença. Assim, não há dosagem de substâncias que supra tal enfermidade, muito menos, explicação para a mesma - como já havia sido dicto, é meramente uma disfunção socio-neural. (Trecho retirado do artigo do "Folhetim Boçal-Tífico" - 06/03/2055 - M. Mascarenhas)

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Bem, uma inovadora e possível eficaz solução seria expor o episódio de modo edipiano ao detentor da anomalia e, talvez, ao não conseguir discorrer sobre, os portadores usem de artifícios maricas, profusão, no intento de esquivar-se do ser leigo. E, ao estarem diante da falha do não possuir cognição, estariam paulatinamente caminhando para a cura de mazelas extremamente esdrúxulas. (Continuação do Artigo Científico do "Folhetim Boçal-Tífico" - 06/03/2055 - M. Mascarenhas)


Para mais informações: Beco Etéreo - Filosófico, s/n, Poço da Panela - Elfos Laboratório e Poções. Telefone/Fax: (81) 34029462.

Cara estranho disse...

Muito bom o texto. Também não sabia que existia estudos sobre.
parabéns pelo texto e pelo blog.

Abraços

Liipe Coura disse...

Excelente o post...
Mas eu nao sabia que existiam estudos sobre tal assunto...

Abraço...