quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
METANFETAMINAS NAS RAVES
sábado, 26 de janeiro de 2008
ANJOS DAS ESTRADAS
Autor: Mara Puljiz/Cidades
Fonte: Jornal de Brasília-DF
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
VERGONHOSO!
Diariamente, 150 mil bêbados ao volante
Autor: País/cidades
NA MINHA OPINIÃO QUEM BEBE E DIRIGE DEVE IR DIRETO PRA CADEIA!
SE QUER SE MATAR, SE MATE SOZINHO, MAS NAO COLOQUE VIDA DE OUTRAS PESSOAS Q NAO TEM NADA HAVER COM A HISTORIA EM RISCO!
Fonte: Tribuna da Imprensa-RJ
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
SERÁ???
OMS: cigarro com pouco alcatrão também é letal
"Todos os produtos do tabaco, inclusive os cigarros ´com baixo teor de alcatrão´, são mortíferos", afirma em comunicado o representante da OMS na China, Hans Troedsson, que acrescenta: "Simplesmente não existe nenhum produto do tabaco que seja seguro".
A OMS se refere a um artigo publicado na quarta-feira no jornal "China Daily", por parte da Administração Estatal do Monopólio do Tabaco na China, que garante que o conteúdo de alcatrão dos cigarros diminuiu em 2007.
"A quantidade de alcatrão nas marcas de cigarros chineses foi reduzida em 2007 para 13,2 miligramas por unidade", disse Zhang Xiulian, um porta-voz da instituição. Em 2004 o volume era de 13,6 miligramas.
O conteúdo máximo de alcatrão por unidade foi registrado nos anos 70, com 30 miligramas.
A indústria de tabaco chinesa gerou em 2007 lucro de US$ 53,6 bilhões, de acordo com a Administração.
O Governo garante que o valor é inferior ao investimento feito em campanhas de controle e prevenção do uso de tabaco, enquanto a OMS afirma exatamente o contrário.
A China é o maior produtor e consumidor de tabaco no mundo.
Segundo o Ministério da Saúde, no país há mais de 350 milhões de fumantes e cerca de um milhão de pessoas morrem todos os anos por causa de doenças relacionadas ao tabaco, número que pode subir para 2,2 milhões em 2020, de acordo com a OMS.
OBID Fonte:
Terra notícias
DIREITOS?
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
ESQUEMA DESMONTADO
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
TABAGISMO X CIRURGIA PLÁSTICA
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
PALHAÇADA!!!
Na madrugada da última quarta-feira, os integrantes da casa tomaram um porre, e uma participante (Tathiana, 21) chegou a se machucar com tombos. Seus colegas cogitaram chamar a equipe médica para realizar um atendimento. A Globo só exibiu as cenas mais constrangedoras (palavrões e intimidades, como a menstruação de Tathiana) em pay-per-view.
A blogueira informa que passou a receber "comentários ofensivos" em seu blog após a divulgação de sua denúncia contra o programa. Entre os termos publicáveis usados pelos agressores, estão "mal-amada", "moralista" e "censora".
O Ministério da Justiça divulga, em seu site, como deve ser feito o envio de denúncias contra a programação da TV aberta. O monitoramento é feito por uma equipe técnica por um prazo de 30 dias.
Já os especialistas ouvidos pela reportagem desaconselham o programa para crianças. Se a emissora carioca tiver de colocar o "BBB" em um horário mais tarde, a audiência tende a ser menor, prejudicando a exposição das marcas dos anunciantes.
A Folha Online apurou que a ordem de Boninho na Central Globo de Comunicação é boicotar o trabalho de jornalistas que publicam críticas sobre o programa. Oficialmente, a emissora nega essa orientação e explica que seu diretor é um homem muito ocupado, por isso prefere falar por e-mail.
O "Big Brother" estreou na última terça-feira (8) após a novela "Duas Caras". O programa é a maior fonte de faturamento da Globo no verão e também a maior audiência da TV brasileira no período. Alguns dos 14 participantes escolhidos possuem algum tipo de relacionamento com as Organizações Globo. Na fase de seleção, a emissora recebe, gratuitamente, milhares de fitas de vídeo e exibe os mais curiosos e bizarros. A propaganda do pay-per-view do "BBB" destaca o conteúdo oferecido: cenas de banho, intrigas e barracos.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
CIGARRO E ÁLCOOL
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
TABAGISMO PASSIVO
Crianças expostas à fumaça de cigarro têm um risco maior de sofrer alergias do que as outras. Alergias a poeira doméstica e pêlos de gatos são as mais comuns.
A conclusão veio de um estudo realizado pela Universidade de Uppsala, na Suécia. Os pesquisadores buscaram determinar a influência do tabagismo passivo durante a gravidez e durante os primeiro anos de vida das crianças.
Mais de 4.000 famílias com crianças responderam a questionários que determinavam a presença de fatores ambientais e sintomas alérgicos nas fases inicias da vida dos pequenos.
Para comprovar as evidências levantadas nos questionários, as crianças foram submetidas à dosagem dos anticorpos do tipo IGe, envolvidos nos processos alérgicos, no sangue. O exame testava as reações às substâncias alérgicas alimentares e respiratórias mais comuns.
Os resultados mostraram que o tabagismo passivo durante a gravidez não trazia diferenças na presença de alergias, porém as crianças que foram expostas à fumaça de cigarros a partir dos dois meses até os quatro anos apresentavam um aumento de 30% no risco do desenvolvimento de alergias.
Os números obtidos na pesquisa, que está na revista médica ´´Thorax´´ deste mês, mostraram que o efeito alérgico é cumulativo e especialmente elevado para alergias a alimentos e respiratórias.
Eis mais uma evidência que mostra que a fumaça dos cigarros deve ser mantida o mais longe possível das crianças.
Fonte: GOIÁS NET ONLINE / O POPULAR ONLINE
ANTI ANFETAMINAS
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
FUMO PROIBIDO NOS TAXIS DE TOKYO
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
É NOTÍCIA
Uma adolescente de 16 anos escondeu um papelote de cocaína dentro da roupa de seu filho, um bebê de quatro meses, para tentar escapar de uma vistoria de policiais militares, na madrugada de ontem (6). Ela estava em um bar no Jardim Cumbica com outro rapaz, de 18 anos. A operação policial começou perto do estabelecimento e terminou na casa da garota, com a apreensão de mais drogas e de uma metralhadora. Não houve troca de tiros. Além da menina e do rapaz, mais quatro pessoas foram detidas.
De acordo com a Secretaria estadual de Segurança Pública, por volta das 3h, os policiais militares abordaram um garoto de 15 anos na avenida Damião Lins de Vasconcelos. Ele teria tentado se livrar de um pacote com maconha na rua antes de ser abordado pelos PMs. Os policiais afirmaram ter visto o rapaz jogando o pacote na rua. Em seguida, foram para o bar, perto do local da abordagem.
No estabelecimento, a polícia encontrou um homem de 38 anos e a adolescente com o bebê no colo. Debaixo da roupa da criança, os policiais disseram ter encontrado um papelote de cocaína. Com a jovem, foram apreendidos R$ 500. O homem disse à polícia que seria o usuário das drogas encontradas. Ele tinha duas notas de R$ 50, aparentemente falsas, que também foram apreendidas.
Os policiais foram em seguida para a casa da garota, na rua Bento Gonçalves, perto do bar. Lá encontraram uma submetralhadora calibre 9 milímetros e dois papelotes de cocaína. Três homens que estavam no local foram detidos.
O grupo e o material apreendido foram levados para o 7º DP (São João). Os maiores de idade foram presos e encaminhados ontem para o Centro de Detenção Provisória, na Cidade Satélite de Cumbica. Os dois adolescentes estão à disposição da Vara da Infância de Guarulhos. A polícia não soube informar se o bebê foi entregue a familiares ou se está sob cuidados do Estado.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
ÁLCOOL NA GRAVIDEZ
O fato de um grande número de mulheres beberem socialmente e a maioria das gestações não serem planejadas aumentam o risco de ocorrer a SAF. "Pode haver um desconhecimento do estado gestacional nos primeiros meses. Isso implica muitas vezes na exposição do embrião ao etanol, principalmente no período mais crítico e sensível da gestação", explica Cristiana Corrêa, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Geralmente, a incidência da SAF oscila entre 0,4 a 3,1 casos por 1000 nascimentos. Entre os filhos de mães alcoolistas estima-se que 30% a 40% dos recém nascidos venham a apresentar a doença. Ainda não foi definida a quantidade mínima de álcool ingerida capaz de afetar o feto.
As maiores conseqüências da SAF são: restrição no crescimento, com decréscimo inferior a 10% no peso e no comprimento; envolvimento do Sistema Nervoso Central, apresentando, entre outros problemas, disfunção comportamental, hiperatividade e dificuldade de adaptação social, e anomalias faciais.
A prevenção da SAF, na opinião de Corrêa, só será possível através de um sistema articulado de intervenção terapêutica na mãe alcoolista, programas educacionais nas comunidades, identificação precoce da doença e acompanhamento das crianças afetadas pela síndrome.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
DEPENDÊNCIA DO BRASILEIRO
A pesquisa mais recente sobre drogas verificou que 11,2 % da população brasileira é dependente de bebidas alcóolicas, 9% de tabaco e 1% de maconha. No primeiro levantamento domiciliar sobre drogas, realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), foram ouvidas 8.589 pessoas de 12 a 65 anos, entre outubro e dezembro de 2001, nos 107 municípios com população superior a 200 mil habitantes.
Não fizeram parte da estatística, as pessoas que utilizam drogas esporadicamente. A freqüência de uso diferencia o usuário ocasional do dependente. Nem todos os usuários de drogas vão se tornar dependentes. Alguns continuarão usando-as de vez em quando, enquanto que outros não conseguirão controlar o consumo, usando-as de forma intensa, em geral quase todos os dias, e agindo de forma impulsiva e repetitiva. O grande problema é que não dá para saber entre as pessoas que começam a usar drogas, quais serão usuários ocasionais e quais se tornarão dependentes.
"Uma grande parte das pessoas se envolverá em uso ocasional, porém outra parte se tornará dependente, possivelmente devido a uma memória que a droga cria no cérebro. Memória esta que é despertada principalmente em diversas situações emocionais e ambientais. Nessas situações, através de mecanismos desconhecidos, o indivíduo sente necessidade da droga. Existem vários modelos propostos para explicar este fenômeno, mas nenhum comprovado definitivamente", afirma Ivan Braun, médico supervisor de residentes junto ao Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea), do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
A predisposição biológica maior de algumas pessoas pode explicar, em parte, porque alguns usuários se tornarão dependentes. Essa predisposição, de acordo com Braun, está relacionada a diferenças na metabolização das drogas, ou seja, o efeito das drogas sobre o cérebro, mais especificamente, sobre os sistemas de gratificação cerebrais. Há também a predisposição genética. A incidência de alcoolismo em filhos de pais dependentes de álcool é de três a quatro vezes maior do que entre os filhos de não dependentes. Estudos em gêmeos também tendem a confirmar esta predisposição.
Dependência é doença
As bebidas alcoólicas são as drogas cujo consumo é mais antigo e abrangente. Por isso, a dependência do álcool foi a primeira a ser debatida e foi a que norteou a evolução do conceito da dependência das demais drogas. Na versão atual da Classificação Internacional das Doenças (CID) foram incluídas a síndrome de dependência do álcool - que substitui o termo alcoolismo - e de todas as substâncias psicoativas em uma mesma categoria, a de Transtornos Mentais de Comportamento decorrentes do uso de substâncias. A drogadicção vem sendo considerada uma doença recidivante e crônica, caracterizada pela busca e consumo compulsivo de drogas.
Ana Regina Noto, do departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Cebrid, destaca que o início dos debates sobre o uso problemático de bebidas alcoólicas girou em torno de duas posições divergentes: o conceito moral e o conceito médico. Durante muitos anos imperou a visão moralista, para qual o uso de álcool e outras drogas era considerado uma falha de caráter. Esse conceito representou um grande obstáculo na consideração do uso de drogas como um problema de saúde.
Atualmente, a síndrome de dependência é definida na CID como "um conjunto de fenômenos fisiológicos ou comportamentais e cognitivos, no qual o uso de uma substância, ou de uma classe de substâncias, alcança uma prioridade muito maior para um determinado indivíduo que outros comportamentos que antes tinham maior valor. Uma característica descritiva central da síndrome de dependência é o desejo de consumir drogas psicoativas, álcool ou tabaco. Pode haver evidência de que o retorno ao uso da substância, após um período de abstinência, leva a um reaparecimento mais rápido de outros aspectos da síndrome do que o que ocorre com indivíduos não dependentes".
Alterações fisiológicas e comportamentais
A medicina define droga como sendo qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento. As drogas são classificadas como depressoras, estimulantes ou perturbadoras da atividade do Sistema Nervoso Central (SNC). As depressoras da atividade do SNC são as que diminuem a atividade do cérebro, deixando o indivíduo "desligado". Entre as drogas desse tipo estão o álcool, os medicamentos barbitúricos (promovem o sono) e os ansiolíticos (calmantes), inalantes ou solventes (colas, tintas, removedores).
As substâncias que aumentam a atividade do cérebro, ou seja, estimulam o funcionamento fazendo com a pessoa fique "ligada", "elétrica" são as estimulantes do SNC. As principais são as anfetaminas, nicotina e cocaína. O terceiro grupo é constituído pelas drogas que agem modificando qualitativamente a atividade do cérebro. As drogas pertubadoras, tais como a maconha e os anticolinérgicos, fazem com que o cérebro funcione fora do seu padrão normal.
As alterações cerebrais e os prejuízos no funcionamento do organismo são específicos para cada droga. Os efeitos neurológicos do uso contínuo da maconha são a dificuldade de aprendizado, retardamento de raciocínio e lapsos de memória. Mais graves são as conseqüências da cocaína. Seu uso está associado a complicações cardiovasculares e neurológicas graves. Um estudo realizado pelo Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), do departamento de Psiquiatria da Unifesp, em 30 dependentes de cocaína, verificou que 80% apresentavam alterações funcionais cerebrais, acompanhadas, em alguns casos, de comprometimento de funções cognitivas.
No âmbito da saúde pública, as drogas mais preocupantes são o álcool e o tabaco. O álcool é responsável por mais de 80% dos casos de internações hospitalares por dependência. Um em cada 10 homens brasileiros é ou já foi dependente de álcool. Os danos cerebrais causados pelo álcool são provavelmente irreversíveis a partir de um certo grau de comprometimento.
Entre as 25 doenças relacionadas ao hábito de fumar são causas de morte, em ordem de incidência, as doenças cardiovasculares, câncer e doenças respiratórias. A expectativa de vida de um indivíduo que fuma é 25% menor que a de um não fumante.
As alterações na função cerebral persistem por muito tempo depois da pessoa parar com o uso da substância. É a síndrome da abstinência. Na falta da droga os dependentes podem apresentar uma série de sintomas. No caso da maconha, os principais sintomas são irritabilidade, ansiedade, dificuldade para dormir, falta de apetite, dor de estômago e depressão. No caso de dependentes de álcool, a abstinência pode ocasionar desde um tremor nas mãos a náuseas, vômitos e ansiedade.
Mudanças diferem entre adolescentes
A dependência provoca reações comportamentais diferentes entre os adolescentes. As mudanças de comportamento são mais evidentes nos meninos. Envolvimento com a polícia, atraso e abandono escolar são mais comuns entre os garotos. Já os sintomas depressivos são mais freqüentes nas meninas.
Pesquisadores do Grea analisaram prontuários de 105 adolescentes de 10 a 17 anos, tratados no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP entre 1993 e 2000, constataram que 90% dos meninos têm atraso escolar acima de um ano, enquanto que nas meninas a porcentagem é de 66%. Por causa das drogas, 78% dos meninos abandonaram a escola contra 52% das meninas.
Os meninos e meninas tratados no Instituto de Psiquiatria começaram a usar drogas com a mesma idade (em média, aos 12 anos). Não há diferença entre os gêneros quanto ao tipo de substância consumida. O álcool é consumido por 100% deles, a maconha por 86,7% e a cocaína por 73,3% das meninas e 64,4% dos meninos. O motivo para o início do uso da droga, em ambos os sexos, é a curiosidade. Essa foi a razão apontada por 78,3% dos meninos. O índice entre as meninas sobe para 81,8%.
Co-dependência
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
NÃO JOGUE COM A VIDA
Especializado no tratamento de dependentes químicos, o psiquiatra argentino Eduardo Kalina, 63 anos, faz um alerta: o cérebro nunca esquece a sensação provocada pela droga. Para um dependente químico, a cura exige a abdicação total das drogas, inclusive álcool e cigarro por toda a vida.
"Quem usa drogas quer ser super-homem", diz. Kalina já tratou de paciente famosos como a atriz Vera Fischer e o ex-jogador de futebol Diego Maradona. Ele atua na área há 32 anos. Nos últimos tempos, tem-se dedicado a estudar a depressão, sobre a qual prepara um livro.
Seguem trechos de entrevista à Folha:
Folha: Por que a depressão virou a cabeça do homem moderno?
Eduardo Kalina: Os motivos são muitos. Temos uma crise de vida no mundo atual, que criou desenvolvimento e, em lugar de criar felicidade para as pessoas, criou infelicidade. Tudo isso favoreceu depressões. A forma de viver é cada vez menos humana. O uso de tóxicos, álcool, tabaco, café cocaína, estimulantes, tudo isso favorece a depressão. Um fator que provocou o aumento da depressão é o fato de que vivemos cada vês menos humanamente. Cada vez viramos mais máquinas, porque temos muito ou porque temos pouco. O homem virou cada vez mais máquina, e as máquinas precisam de combustíveis especiais.
Folha: Fale um pouco do tratamento que o senhor utiliza.
Kalina: São tratamentos integrais, com exames de diagnóstico complexo, para estudar o que acontece no cérebro sem produzir danos às pessoas e para saber como está o seu equilíbrio neuroquímico. Fazemos um diagnóstico psicológico e psicossocial. Pacientes com desequilíbrios importantes precisam de medicamentos para compensar esses desequilíbrios, que não se corrigem sozinhos.
Folha: O que o senhor chama de lado psicossocial?
Kalina: O uso de drogas vai contra a natureza humana. A pessoa procura a droga para ser outro, Popeye, super-homem. Além de corrigir o fator biológico, é preciso fazer psicoterapias, trabalhar com a família. Muitos pacientes precisam reaprender a de desenvolver no meio social. Daí a importância do hospital-dia, com estruturas comunitárias.
Folha: O senhor teve pacientes famosos como Vera Fischer e Maradona. Eles se curaram?
Kalina: Não quero falar deles. Quem usou drogas tem que aprender a viver sem drogas, entre os quais o álcool e o tabaco. Pessoas famosas chegam a acreditar que são super-homens ou super-mulheres e não aceitam os limites: não podem tomar nunca mais álcool. Por isso, muitos voltam à droga. Pessoas comuns que têm recaídas são muitas. Quando um famoso tem recaída, todo mundo fala.
Folha: Há cura para a dependência química?
Kalina: A cura significa deixar de tomar drogas de todo tipo, álcool e tabaco, inclusive, e aceitar que o corpo nunca vai esquecer o que aprendeu. Se foi, alcoólatra ou toxicômano, o cérebro não esquece. Por isso, a cervejinha é fatal, porque abre a memória biológica. A pessoa lembra e acorda tudo o que tratamos de limpar. Há cura se você aceita os seus limites.
Folha: O que o senhor acha da descriminação da maconha?
Kalina: Sou contra. As pessoas que defendem isso não se preocupam com saúde pública. Há estudos sobre o poder carcinogenético (causador de câncer) da maconha, que é quatro vezes superior ao tabaco.
Folha: Quem fuma só maconha é dependente?
Kalina: É dependente. Quando a pessoa diz "fumo só maconha", quase nunca é verdade. Ela fuma cigarros, toma álcool e, com o tempo, não basta. É a porta de entrada para as outras drogas. Assim como se dizia antes que a consciência é solúvel em álcool, hoje, diz que a consciência é solúvel em maconha.
Folha: O senhor escreveu sobre jovens. O que diria aos pais, principalmente aos que usaram drogas?
Kalina: O papel da família é não seguir a linha "faça o que eu digo e não faça o que eu faço". Se os pais consomem tabaco, álcool e remédios, não podem pedir que os filhos não procurem soluções químicas. O pai deve dizer ao filho que usou, mas que não há motivo para o filho fazer também.
Folha: O senhor não admite o álcool nem em ocasiões sociais?
Kalina: É preciso saber a diferença. De cada 100 pessoas que bebem, 10 viram alcoólatras. Dos que fumam mais de seis semanas, 60% viram fumantes que não podem parar. A cerveja e o vinho, tomados com moderação, têm efeitos negativos mínimos e certos componentes úteis para a vida. O vinho tem aminoácidos, a cerveja tem vitamina B. O uísque, a cachaça, nada disso tem valor para o organismo.