segunda-feira, 5 de maio de 2008

Censo traça perfil de morador de rua no País


Pesquisa em 71 cidades mostra que homens são maioria, alcoolismo e drogas os levaram a esse tipo de vida.


Excluídos dos censos demográficos, os moradores de rua, em sua maioria, são homens pardos entre 25 e 44 anos, com o ensino fundamental incompleto e que entraram nesse tipo de vida por conta do alcoolismo ou de outro tipo de droga. Em geral, eles estão há mais de cinco anos nas ruas.

Os dados fazem parte de uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) ao Instituto Meta. As entrevistas ocorreram entre agosto de 2007 e março deste ano, em 71 municípios. Entre as capitais, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife ficaram de fora, por já terem, segundo o ministério, levantamentos a respeito.

O público-alvo da pesquisa foram as pessoas, acima de 18 anos, consideradas em "situação de rua". Os pesquisadores contaram com o apoio de movimentos sociais durante as entrevistas. Apesar disso, 13,3% dos abordados não quiseram responder à pesquisa. "A população de rua hoje é tratada como bicho", afirma o ex-morador de rua Anderson Miranda, 32, da coordenação do MNPR (Movimento Nacional da População de Rua).

De acordo com a pesquisa, feita por amostragem, 38,9% dos moradores de rua não mantêm nenhum tipo de contato com familiares. A pesquisa revelou ainda que 58,6% dos moradores de rua declararam ter algum tipo de profissão, sendo 27,5% deles catadores de materiais recicláveis. Atualmente, 97% deles não trabalham com carteira assinada.

Na pesquisa, chama a atenção o fato de 19% dos entrevistados declararem não ter acesso a pelo menos uma refeição diária. Cerca de um quarto deles (24,8%) não possuem nenhum tipo de documento de identificação e 29,7% dizem ter algum tipo de problema de saúde. No campo da higiene, 32,6% afirmaram que usam a rua como banheiro.

"A pesquisa possui elementos para que possamos detalhar ações para essa população", disse a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, Arlete Sampaio. Hoje, 88,5% dos moradores de rua não têm acesso a programas governamentais.



Autor: Folha de S. Paulo - SP
OBID Fonte: Folha de S. Paulo - SP

2 comentários:

Anônimo disse...

leio an noite e comento com mais sinceridade.um beijo!

o'Ricci disse...

virei estatística então? Passo dias sem comer uma refeição completa, perdi minha identidade e CPF semana passada, tenho problemas crônicos de saúde e sempre mijo na rua quando estou bêbado.

ó, céus!