sábado, 28 de junho de 2008

Peso, alimentação e até sexo influenciam nos efeitos do álcool
Quem sair de casa dirigindo e estiver disposto a beber deverá estar pronto para fazer muitos cálculos, mas sem garantias de que chegará a uma conclusão lógica. Não é possível saber ao certo, por exemplo, quanto tempo leva para o organismo ficar completamente livre dos efeitos do álcool. Segundo especialistas, o metabolismo humano depende de fatores como peso e altura do usuário, se pratica exercícios físicos, se tem problemas de saúde, se consumiu apenas um tipo de bebida alcoólica, se foi associado a algum alimento doce, salgado ou gorduroso e, ainda, se ingeriu bastante água depois do álcool. O médico Paulo Pinheiro, ex-diretor do Hospital Municipal Miguel Couto, lembra que, anteriormente, a lei estabelecia a tolerância em seis decigramas — três tulipas de chope ou três taças de vinho ou três doses de uísque. Se seguir esta lógica, segundo o médico, a tolerância de dois decigramas, determinada pelo decreto em vigor desde a semana passada, corresponde a um terço disso: uma tulipa ou uma taça ou uma dose de uísque. — Mas isso é variável. Depende de peso, altura, metabolismo, e ainda se a pessoa bebeu grande quantidade de água, se fez exercício físico. Pode variar de uma pessoa para outra. Uma pessoa pode beber uma taça de vinho e ficar zonza. Teoricamente, o organismo leva de seis a oito horas para eliminar o álcool, mas isso também varia. Se a pessoa beber muita água, por exemplo, o álcool é eliminado mais rapidamente — disse Pinheiro. Bafômetro pode pegar até bombom de licor Fiscal do Conselho Regional de Nutricionistas, Samara Crancio explica que os efeitos do álcool podem ser potencializados se o usuário estiver com o estômago cheio ou se associar a alimentos com alto teor de gordura ou ao café. Até quem come bombons à base de licor pode ser pego no bafômetro: — Se a tolerância fosse zero, um bombom pode ser detectado. Em média, um bombom de licor demora de 10 a 15 minutos para ser eliminado do organismo e, aí, progressivamente. Como leva gordura, é mais resistente. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, Durval Ribas Filho, os efeitos do álcool também variam em relação ao sexo. Um homem de cem quilos tem mais resistência ao álcool do que um de 70 quilos. Mulheres têm seis vezes menos resistência à bebida. — O álcool tem um alto poder de combustão. Evapora muito rapidamente. Se uma pessoa bebe e imediatamente é submetida ao bafômetro, o resultado será um. Se só usa o bafômetro quatro horas depois, será outro. Se quatro horas depois e ainda ingerir açúcar, será ainda mais diferente.
Autor: Antônio Werneck, Carla Rocha, Ediane Merola e Paulo Marqueiro OBID
Fonte: O Globo-RJ

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Nas empresas, circula ar mais saudável


Passar oito horas por dia aspirando a fumaça dos outros não é o que pode se chamar de conforto. Pois era a esse tipo de incômodo que se submetiam funcionários de 7.400 empresas do Recife antes da Lei Federal 9.204/96. Com a legislação, que proibiu o fumo em locais fechados, milhares de trabalhadores saíram da condição de fumantes passivos no País e comemoram um ar mais saudável nos escritórios.

Desde setembro do ano passado, a Secretaria de Saúde da Prefeitura do Recife e a Procuradoria Regional do Trabalho discutiam com associações de empresários a implantação de ambientes livres do fumo em bares, restaurantes, casas noturnas e congêneres. Em fevereiro, quando a lei federal começou a ser fiscalizada nesses lugares, muitas outras empresas já eram ambientes livres do fumo. Como o Onda Mar Hotel, em Boa Viagem, local de trabalho do gerente de recepção Odílio Bezerra, 40, há 12 anos.

Se antes as baforadas de clientes eram comuns no hall de entrada, hoje Odílio e os colegas sequer precisam lembrar aos hóspedes que a atitude é vetada. Placas contra o cigarro estampam desde a porta principal até o lobby do cafezinho, elevadores e corredores. "A fumaça incomodava bastante, tomava conta de todo o ar. Quando nos tornamos livres do fumo, a concordância entre os funcionários foi unânime", conta o gerente, para quem apagar o cigarro é "questão de educação e respeito".

Segundo o gerente geral do hotel, Jaime Magalhães, a mudança aconteceu gradualmente. Primeiro, havia fumódromo para os funcionários. Existiam também apartamentos para não fumantes. Depois, ampliou-se a idéia para andares inteiros e, há seis meses, para 100% do Onda Mar.

Tanta preocupação vem do reconhecimento de que o fumo passivo é um veneno. Dados da Organização Internacional do Trabalho, de 2005, apontam que 200 mil pessoas morrem a cada ano de doenças relacionadas ao fumo passivo no trabalho. E não adianta abrir a janela para diminuir a fumaça inspirada. "Não há sistema de ventilação que consiga minimizar esses efeitos", alerta a coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde do Recife, Maristela Menezes.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) atesta que funcionários acabam fumando 30% menos se tal ato é proibido em seus ambientes de trabalho. Desde 2004, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), na Boa Vista, Centro do Recife, é uma das empresas que investem contra o tabagismo.

No começo, somente funcionários eram impedidos de acender cigarros no CIEE. Mas as centenas de clientes que por lá passam todos os dias, não. "Espaço para fumar agora é apenas o estacionamento. Só recebemos elogios", comemora a coordenadora de Recursos Humanos, Rosana Freire. Pesquisa interna demonstra bons resultados: após a adoção da política antifumo, 50% dos empregados fumantes abandonaram o vício.


Autor: Editoria Cidades
OBID Fonte: Jornal do Commercio - PE

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Semana Antidrogas foca prevenção
Levantamento feito em 2001, em Bauru, mostrou que 16% das pessoas até 35 anos consumiam algum tipo de entorpecente.Começou ontem e vai até o dia 26 de junho a 2ª Semana Municipal Antidrogas de Bauru, com o tema "Drogas, danos e conseqüências". O evento tem por objetivo mobilizar órgãos públicos, entidades da sociedade civil e comunidade em geral para o planejamento e execução de ações de prevenção, promovendo a sinergia dos diversos segmentos que atuam nessa área. A intenção é levar à comunidade o maior número de informações sobre os efeitos que o uso e abuso de substâncias psicoativas causam no ser humano e na sociedade. De acordo com a presidente do Conselho Municipal Antidrogas (Comad), Celenita de Oliveira Coelho, em Bauru não há estatísticas atualizadas sobre os usuários de drogas, mas um levanamento feito em 2001 mostrou que há 16,2% das pessoas até 35 anos envolvidas com drogas e 80,2% envolvidas com álcool. "Atualmente esse número pode ter aumentado", frisou. Por conta desse possível e provável aumento no número de usuários, o foco principal da campanha será a prevenção. De acordo com Celenita, a idéia é discutir qual o papel da sociedade na prevenção contra o uso das drogas e do álcool. Haverá uma atenção especial com a questão das bebidas alcoólicas e com o uso de medicamentos vendidos por receita médica. "Hoje há um alto número de pessoas que são usuárias e dependentes dessas medicações", salientou. Outro ponto que deve ser muito discutido na Semana é o uso cada vez mais cedo do álcool. Segundo a presidente do Comad, as estatísticas dão conta de que a primeira dose ocorre com 11 anos e dentro da própria casa, por isso a importância de destacar a atuação da família na prevenção. "A família precisa assumir o lugar dela de comunicar os valores morais e éticos aos jovens e adolescentes. Exercer esse papel de comunicação, porque hoje a gente vê que a família não sabe colocar limites", ressaltou. A iniciativa do evento é do Comad, em parceria com a Prefeitura de Bauru, Secretaria Municipal do Bem-Estar Social (Sebes), Secretaria Municipal de Saúde, através do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps - AD), Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Semel), Polícia Militar, Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Bauru, Conselho Regional de Psicologia, Comunidade Bom Pastor, Esquadrão da Vida, Universidade do Sagrado Coração (USC), Universidade Paulista (Unip), Academia Marathon e Bauru Shopping Center.
Autor: Marcelo de Souza OBID
Fonte: Jornal da Cidade - Bauru - SP

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Males mesmo para quem não fuma
Apesar de não colocar cigarros na boca, um terço da população mundial está sujeita aos males do tabaco. São os fumantes passivos ou involuntários, grupo que tem 30% mais chances de sofrer de uma doença coronária por inalar fumaça alheia, segundo um estudo de cientistas guatemaltecos apresentado no mês passado no 16° Congresso Mundial de Cardiologia, realizado na Argentina.O aparecimento de doenças depende do volume de fumaça inalada e do tempo de exposição. No estudo da Guatemala, os pesquisadores constataram alterações na função das artérias dos não-fumantes em 30 minutos de exposição à fumaça. A longo prazo, isso pode representar um risco duas a três vezes maior de desenvolver câncer de pulmão.No mundo, a Organização Mundial de Saúde estima que o número de fumantes passivos alcance 2 bilhões de pessoas, sendo 700 milhões de crianças. A quantidade é superior ao número de fumantes ativos, estimado em 1,2 bilhão de pessoas - desses, 30 milhões são brasileiros. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer não tem dados sobre o número de fumantes passivos.Para o pneumologista Alexandre Milagres, coordenador do Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Municipal Raphael de Paula Souza, do Rio de Janeiro, o surgimento de doenças nos fumantes involuntários também está relacionado à predisposição genética. No caso de um casal em que o marido fuma e a mulher convive com a fumaça, seria como se a mulher desenvolvesse câncer de pulmão por ter predisposição genética e o marido, não.- O fumante sem predisposição genética é capaz de fumar uma quantidade grande de cigarros por toda a sua vida e não desenvolver o câncer de pulmão. Já a mulher desse paciente, se conviver com ele por longo tempo aspirando fumaça, pode desenvolver a doença sem nunca ter fumado - explica o médico.Em geral, os males que atingem os fumantes passivos são os mesmos que afetam as pessoas que têm o hábito de fumar. Para os não-fumantes, a fumaça mais prejudicial é a que sai direto da brasa do cigarro, chamada de corrente lateral. Ela libera no ambiente cerca de 4,7 mil substâncias tóxicas, uma parte delas cancerígena. Já a fumaça expelida pela boca ou pelas narinas, chamada de corrente principal, tem menos agentes tóxicos, uma vez que parte fica retida no filtro do cigarro ou é absorvida pelo organismo do fumante.Nos fumantes involuntários adultos, a fumaça aumenta os riscos de acidente vascular cerebral, câncer de pulmão, infarto e angina (dor no peito), além do agravamento de problemas respiratórios, como enfisema, bronquite e asma.Segundo o pneumologista do Complexo Hospitalar Santa Casa Luiz Carlos Corrêa da Silva, coordenador do Programa Fumo Zero, da Associação Médica do Rio Grande do Sul, o principal problema da fumaça é a inalação de monóxido de carbono, que prejudica a ação da hemoglobina, proteína que transporta o oxigênio pelo organismo.
Autor: Seção Vida OBID
Fonte: Jornal de Santa Catarina

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Crianças: Fumo passivo afeta 24%


Pesquisa testou níveis de nicotina em pacientes de até 5 anos de idade.
Um menino, de apenas 3 anos de idade, com nível de nicotina no organismo 200 vezes maior do que o recomendado para um adulto. Assim como ele, 24% das crianças entre 0 e 5 anos avaliadas no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) apresentavam sinais no organismo típicos de um fumante. Nenhuma delas precisou ser usuária direta do tabagismo. A pesquisa, realizada com 78 garotos, mapeou os efeitos do fumo passivo na infância.
"As análises foram feitas por meio da dosagem de cotinina (reação da nicotina) na urina das crianças", explica Jorge Lotufo, pneumologista pediátrico do Hospital Sírio-Libanês e autor do estudo. "O ideal seria ter concentração zero, mas em um quarto delas o índice foi maior. Em um dos meninos, que morava em uma casa com três fumantes, a marca chegou a 272,6 mg/ml", diz Lotufo, ao ressaltar que a concentração amplia em até 5 vezes a chance de ocorrência de morte súbita nas crianças.
Os exames de urina foram a segunda etapa do estudo. Na primeira, Lotufo avaliou mil crianças de uma escola particular da capital e atestou que 51% eram fumantes passivos.
Além das conseqüências físicas, a psicóloga Valéria di Jorge, responsável pelo Programa Antitabagismo do Sírio, ressalta os efeitos no comportamento das crianças. "Até os 6 anos, eles não entendem os malefícios do cigarro, mas sabem que é errado e isso pode culminar em um distanciamento dos pais", avalia. Na adolescência, o risco é a "mensagem subliminar". "O garoto observa que o pai procura o cigarro para aliviar a tensão. A mãe fuma quando nervosa. Ele acaba achando que fumar é bom."
Segundo os especialistas, o primeiro contato direto com o cigarro no País acontece aos 10 anos de idade. Levantamento do Hospital do Coração, feito com 100 fumantes adultos, identificou que 75% deles adquiram o vício antes dos 15 anos de idade. Os números do HCor complementam outra pesquisa, feita pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid). Em 4.107 entrevistas com estudantes de escolas públicas de São Paulo, 10,4% deles afirmaram ser dependentes do tabaco.
Para Luizemir Lago, diretora do Centro Estadual de Referência e Tratamento de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), as estatísticas só reforçam que as campanhas de combate ao fumo precisam ser focadas nas crianças e adolescentes.


Autor: Fernanda Aranda
OBID Fonte: O Estado de S.Paulo

terça-feira, 3 de junho de 2008

São Paulo gasta R$ 15 mil por hora com tabaco


Em uma hora, o governo estadual desembolsa R$ 15 mil para atender às conseqüências mais extremas do cigarro. O valor, que chega a R$ 373 mil por dia e termina o ano acumulado em R$ 136,5 milhões, é referente ao tratamento apenas da parcela de pacientes com câncer em decorrência do tabagismo.
O custo foi calculado pelo Jornal da Tarde, com base na estimativa da Organização Mundial de Saúde. Segundo a OMS, 30% do orçamento para tratar as doenças oncológicas, no Sistema Único de Saúde (SUS), são destinados às pessoas que fumam.
Na conta, entram sessões de quimio e radioterapia, medicamentos e atendimentos ambulatoriais. Hoje, no Dia Mundial de Combate ao Fumo, a matemática coloca luz em somente um dos prejuízos do cigarro: se o vício não existisse seriam gastos R$ 318 milhões dos atuais R$ 455 milhões disponíveis para tratar tumores malignos em SP.

"Apesar dos altos valores, o alcance do tabagismo vai além do câncer e nem tudo é mensurado", afirma Valéria Cunha, da Divisão de Controle de Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer (Inca). "São ao menos outras 50 doenças diretamente ligadas ao fumo, tem o impacto ambiental, faltas no trabalho por causa do cigarro. O estrago é enorme."
Até hoje, nenhuma pesquisa mapeou o impacto financeiro total do cigarro. Os poucos estudos ficam limitados aos valores do tratamento de saúde associado ao fumo. Ainda assim, as cifras são altas. Só no Estado, segundo o Boletim Epidemiológico Paulista de 2005, as internações de doenças relacionadas ao tabaco "engolem" R$ 238 milhões por ano. Doenças isquêmicas do coração acarretam custos de R$ 90 milhões, insuficiência cardíaca compromete R$ 34 milhões e doenças cerebrovasculares outros R$ 30 milhões. Somadas, as verbas arcariam com 15novas AMAs (Assistência Médica Ambulatorial).
"O fumante espera um motivo para largar o cigarro e, quase sempre, o motivo é uma doença", afirma Aparecida Redondo, responsável pela unidade municipal de tratamento do tabagismo da Zona Sul.
Ainda que procure ajuda antes da doença, o fumante entra para os gastos da saúde. O Programa Municipal de Controle do Fumo paga, todo ano, R$ 308 mil em remédios para os pacientes deixarem de fumar. "Sem contar a terapia. A dependência física é fácil de ser sanada, mas psicológica leva anos", diz Darlene Silva, diretora do programa.
Estudo feito com 500 fumantes do Centro Estadual de Referência em Álcool, Tabaco e Drogas (Cratod) mostra que 95% precisam fumar depois de cada refeição 71% após tomar café e 73% quando estão ansiosos. "O cigarro, muitas vezes, ocupa papel de companheiro. Por isso, deixá-lo é tão difícil", fala Luizemir Lago, diretora do Cratod.
Vera Duo Pereira, 64 anos, tinha a "companhia" do cigarro desde os 14 de idade. Procurou ajuda em uma unidade municipal e desde fevereiro não fuma mais. "Mudei de vida. Eu era cinza e hoje tenho cor, sinto cheiro e o gosto da comida."
A fumaça que durante 50 anos foi expelida por Vera pode ter comprometido pessoas que nunca fumaram. A ONG Aliança de Controle do Tabagismo fez um estudo em 71 bares e identificou que a concentração de poluentes em ambientes sem fumódromos era igual à expelida pelos carros. "O fumante passivo não é lembrado nos prejuízos. Mas o tabaco é o 3º responsável pela morte de causas evitáveis, mesmo em quem não fuma", fala Mônica Andreis, diretora da ONG.
Até bebês prematuros geram custos por causa do tabaco. A Prefeitura informa que são R$ 341 para custear um único dia de UTI para quem nasce com menos de 1,5 Kg. Por ano, são 1.500 crianças que nascem com baixo preso, a maior parte filhos de gestantes fumantes.


Autor: Jornal da Tarde - SP
OBID Fonte: Jornal da Tarde - SP